O termo currículo vitae vem do latim e significa algo como trajetória de vida. Ele era um documento utilizado na Roma antiga para registrar as “honras” que os cidadãos romanos iam acumulando ao longo da vida.

De lá para cá muita coisa mudou, mas o sentido geral do termo permanece. Nós usamos o currículo como um documento de registro de nossos méritos, de nossas formações na vida, buscando resumir aquilo que temos para oferecer ao mercado de trabalho.

A pergunta mais difícil na hora de montar seu currículo é essa: o que não pode faltar? Muitos de nós temos muitas realizações e experiências que achamos relevante para mostrar.

Outros, não tem tanto a dizer sobre si profissionalmente, seja pela pouca idade ou falta de atuação em determinadas área. Neste sentido, se temos muito a dizer fica difícil selecionar o que é importante. Se temos pouco a compartilhar, não sabemos o que destacar exatamente.

Para criar um currículo eficaz, a regra de ouro atualmente é: mostre aquilo que a empresa quer saber de você. Portanto, é mais importante saber para quem você quer enviar o currículo do que saber muito sobre si mesmo.

Isso não significa dizer que você vai inventar dados para se adaptar às necessidades da empresa. Pelo contrário, não minta em seu currículo, isso pode te causar sérios problemas.

Quando você olha para a vaga e para a empresa almejada antes de construir um currículo você se prepara para destacar aquilo que você tem que a empresa pode querer. Desta forma não dá tiro no escuro. Em posts posteriores iremos destacar algumas vagas para você mandar seu currículo.

Por enquanto, vamos nos focar em tópicos essenciais que não podem faltar em seu currículo. Eles devem ser adaptados ao que as empresas procuram, mas jamais podem estar ausentes.

A primeira informação essencial é sobre quem você é e como contatá-lo. A empresa precisa saber seu nome, um telefone que de fato atenda e um endereço onde você vai estar. Não adianta nada enviar centenas de currículos por dia se a empresa não conseguir te achar.

Neste mesmo sentido, é importante você já apontar quais registros profissionais e habilitações para direção você tem como parte dos dados pessoais. Isto porque estas informações pessoais são pré-requisito para muitas vagas e o recrutador precisa ver isto logo de cara.

Portanto, não deixe para dizer que você tem Habilitação para carro e moto na parte de “cursos extras”. Ser habilitado é uma informação tão importante quanto seu telefone ou endereço e deve estar em destaque.

A seguir, você deve fornecer informações sobre sua educação geral. Mas atenção: as empresas não querem saber seu histórico escolar do ensino médio ou qual sua nota em matemática.

Para indicar sua formação basta fornecer o nome da instituição de ensino, o curso e ano de conclusão de cada uma de suas formações. Deixe para esclarecer sua experiência com os anos de estudante se isso for perguntado em entrevista.

Ao contrário da formação, a experiência profissional deve ser detalhada. Isso porque é nessa parte de seu currículo que você vai se vender como profissional, indicar que está apto a realizar a tarefa que a vaga exige.

Assim, aponte a empresa, o tempo de experiência e um texto que descreva as principais funções que você exercia. Se não tiver experiência anterior, não crie isso de forma ficcional. Hoje em dia, com as redes sociais, qualquer recrutador consegue checar com facilidade a veracidade das informações prestadas.

A experiência profissional, contudo, não precisa se detalhada demais quanto à cargos que não tenham relevância para a vaga que você vai concorrer. Se você tiver uma vida profissional com histórias em muitas empresas e cargos diferentes, selecione a partir da vaga que procura quais são as que mais se encaixam.

Uma dica geral é criar currículos voltados para áreas. Por exemplo, se você tem experiência tanto na área jurídica quanto administrativa, crie um curriculo focado em cada uma dessas áreas, destacando as experiências relevantes.

Você também pode ter um currículo geral, principalmente para ter em mãos em uma entrevista. Isso vai ter permitir ter flexibilidade para mostrar uma experiência ampla em outras áreas, se for o caso.

Você vai notar que este tópico se chama linguagens, não “linguas”. Isso porque atualmente além de ser obrigatório dominar outra língua como o inglês, espanhol, alemão, etc, você vai ser cobrado para entender linguagens computacionais. Assim, ao escrever seu currículo mostre que sabe que os códigos linguísticos são muitos e que você domina alguns deles.

Portanto, você pode indicar no mesmo tópico que é fluente em inglês e em linguagem HTML. Ou ainda, que programa em CSS e fala bem espanhol. Essa compreensão de linguagem, caso você tenha estas habilidades, com certeza vai ser um diferencial.

Caso não saiba nada de linguagem de computador, mas sabe ler, escrever e interpretar bem uma língua, não deixe de destacar isso.

Ao longo do currículo procure criar palavras-chave que destaquem algumas de suas qualidades pessoais. Por exemplo, ao descrever alguma experiência profissional, coloque que exercia aquela função com responsabilidade, prestreza ou algo que indique um diferencial.

Não é muito recomendável escrever que você tem esse diferencial de forma explícita, pois isso pode fazer com que pareça pretensioso. Indicar qualidades ao longo do texto do currículo tira essa impressão do recrutador.

Crie padrões na formatação que sejam sóbrios e profissionais. Nada de cores berrantes ou fontes muito diferentes. Procure fontes de fácil leitura e utilizar de negrito e itálico nos itens que você realmente precisa destacar. Se houver destaques demais no texto, isso também vai cansar o recrutador.

É cada vez mais raro termos de entregar o currículo em mãos, diretamente nas empresas. Os setores de Recursos Humanos fazem uso de sites para cadastro ou simplesmente recebem o arquivo do currículo no email. Portanto você precisa criar um documento digital como currículo. Mas qual o melhor formato?

De forma geral, você deve usar ou o arquivo pdf ou doc para salvar seu currículo, ao menos que a empresa peça um formato específico. No caso do PDF, a vantagem é que você não corre o risco de ter dados alterados, uma vez que esse formato não permite a edição. Ele pode ser lido diretamente pelo Adobe e tem uma diagramação agradável.

Já o arquivo .doc é aquele aceito na maioria das suites office disponíveis e permite a rápida e fácil edição, o que pode ser útil para muitos recrutadores que precisam organizar os dados.

Como regra, sempre verifique qual formato o site exige e aceita o envio, deixando salvos documentos em ambos os formatos.

Ao invés de criar um documento você também pode cadastrar seu currículo em sites de empresas especializadas. Você irá notar que eles irão exigir praticamente os mesmos tópicos que nós elencamos aqui.

Assim, utilize o documento que você criou como guia para preencher estes sites. Caso encontre algum tópico nestes sites que achar interessante, inclua em seu documento. Assim, você estará atualizando o formato de seu currículo de acordo com as demandas dos recrutadores.

Simplesmente não dá para colocar seu currículo em uma caixa de correio e esperar. Nossa dica é criar um documento ou planilha em que você anote quais processos seletivos ou para quais vagas você destinou seu currículo.

Pode ser algo simples, com duas colunas como “empresa”  e  “data”. Verifique sempre esse documento e se houve retorno da empresa. No caso de retornos negativos, isto é, em que você não conseguiu marcar entrevista, releia o currículo que você mandou e veja se há alguma mudança que dê para fazer.

Se você conseguiu o emprego não deixe de mexer em seu currículo. Não há nada de errado em manter sua candidatura em outras empresas ou mesmo mandar CVs ainda que estiver empregado.

Contanto que você seja transparente com sua atual empregadora em caso de ser chamado para um processo seletivo de uma vaga melhor, você pode sempre enviar currículos.

Em resumo: procure saber quais são as necessidades das empresas antes de enviar o currículo. O melhor é sempre buscar um “match”, uma combinação entre suas habilidades reais e aquilo que a empresa busca.

Em posts a seguir iremos dar exemplos de vagas em grandes empresas, e o que elas esperam de seus funcionários, além dos benefícios de trabalhar nelas. Confira!